Pogacar tem ao seu lado João Almeida; Vingegaard aposta no caos controlado da Visma
O Tour de France 2025 não será apenas um duelo individual entre Tadej Pogacar e Jonas Vingegaard. A Grande Boucle promete ser também uma batalha estratégica entre os dois blocos mais poderosos do pelotão mundial: UAE Team Emirates e Team Visma | Lease a Bike. Ambos apresentam equipas construídas para conduzir os seus líderes à glória, numa corrida onde o trabalho coletivo poderá ser decisivo.
UAE com “arsenal temível” e João Almeida como braço-direito de Pogacar
A formação dos Emirados Árabes Unidos chega ao Tour com um alinhamento de luxo. Tadej Pogacar, atual número um mundial, será acompanhado por um grupo sólido e experiente, onde se destaca o português João Almeida, ciclista com capacidade para ser líder em qualquer outra equipa. Ao lado de Almeida estarão ainda Adam Yates, Marc Soler, Pavel Sivakov e Jhonatan Narváez para o apoio nas etapas de montanha.
No terreno plano, o UAE aposta em Nils Politt e Tim Wellens para garantir estabilidade e proteção ao longo das etapas mais rápidas. Pogacar, que soma 11 vitórias em 2025, incluindo o recente Critérium du Dauphiné, apresenta-se como o grande favorito. No entanto, a equipa tem sido alvo de críticas pontuais por falhas táticas, algo que poderá ser determinante numa prova onde a estratégia coletiva é fundamental.
«Levamos a equipa que queríamos. Não estamos obcecados com a Visma. Analisamos os adversários, mas focamo-nos em nós», afirmou Joxean Matxin, diretor da equipa, ao jornal Marca.
Visma aposta na profundidade e no “caos controlado”
A Visma, campeã em título com Vingegaard, responde com um bloco equilibrado e taticamente imprevisível. Jonas Vingegaard, apesar de ter competido menos do que Pogacar esta temporada (apenas 19 dias), costuma atingir o pico de forma em julho. Terá ao seu lado um reforço de peso: Matteo Jorgenson, recém-renovado até 2029 e em clara ascensão. A estes juntam-se Wout Van Aert, com a sua versatilidade imparável, e um tridente de montanha de respeito com Sepp Kuss, Simon Yates e Ben Tulett.
A força da equipa holandesa reside na sua capacidade de agitar as corridas com táticas ousadas: ataques inesperados, fugas planeadas e aproveitamento de condições adversas, como o vento, para criar abanicos. Enquanto o UAE impõe músculo e potência, a Visma aposta na astúcia e na tensão constante.
Estratégia coletiva pode decidir Tour mais aberto dos últimos anos
Com um percurso nervoso até à 12.ª etapa, onde se incluem dias propícios a surpresas, tudo indica que o Tour de 2025 será decidido tanto nas pernas dos líderes como na capacidade das equipas em gerir cada momento da corrida. A força individual poderá não ser suficiente sem o suporte estratégico e físico do coletivo.
O tabuleiro está montado. UAE e Visma afiam armas para a batalha que se aproxima, onde cada peça — seja um gregário ou um líder — poderá ser crucial.