O Texas enfrenta uma das piores tragédias naturais da sua história recente. As cheias súbitas que atingiram a região do rio Guadalupe na passada sexta-feira, 4 de julho, já causaram pelo menos 52 mortos, 15 dos quais são crianças. Enquanto as equipas de resgate lutam contra o tempo, a angústia aumenta por um número incerto de desaparecidos, entre os quais se encontram 27 raparigas de um acampamento de verão cristão, arrastadas pela fúria das águas.
Uma violenta tempestade fez com que o nível do rio Guadalupe subisse mais de oito metros em apenas 45 minutos, antes do amanhecer de sexta-feira, apanhando de surpresa dezenas de acampamentos de jovens e famílias que aproveitavam o feriado.
Uma Luta Contra o Tempo
Centenas de socorristas, com o apoio de helicópteros, barcos e drones, vasculham incansavelmente as margens do rio em busca de sobreviventes. A busca é agora uma corrida desesperada contra o tempo. “Não vamos parar até encontrarmos todos os desaparecidos”, garantiu Nim Kidd, chefe do Departamento de Gestão de Emergências do Texas, mesmo que as autoridades reconheçam a “realidade dolorosa” de que a probabilidade de encontrar mais sobreviventes diminui a cada hora.
As Histórias por Trás da Tragédia
À medida que as vítimas são identificadas, emergem as histórias humanas por trás dos números, revelando atos de heroísmo e perdas devastadoras:
- Julian Ryan, 27 anos, morreu como um herói. Preso com a sua família numa caravana inundada, esmurrou uma janela para que todos pudessem escapar. No processo, cortou gravemente um braço e acabou por falecer pouco depois, salvando a sua família.
- As irmãs Blair e Brooke Harber, de 13 e 11 anos, morreram juntas depois de a sua cabana ter sido levada pela corrente. Os seus avós, que estavam com elas, continuam desaparecidos.
- Katheryn Eads foi arrastada pela corrente à frente do marido, Brian. “Ambos fomos arrastados e depois perdi-a”, relatou o marido, que sobreviveu agarrando-se a uma árvore.
- Janie Hunt, de 9 anos, que estava no seu primeiro acampamento de verão, também perdeu a vida. Os seus seis primos que a acompanhavam sobreviveram.
- O casal Bobby e Amanda Martin, de 46 e 44 anos, estava a acampar quando a sua caravana foi engolida pelas águas.
Enquanto as buscas continuam, pais e familiares em pânico recorrem às redes sociais, publicando fotografias dos seus entes queridos na esperança de encontrar qualquer informação sobre o seu paradeiro.
