Ciclista esloveno terminou a prova na segunda posição após ter sofrido uma queda a 30KM da meta
Tadej Pogačar aspirava a ser o primeiro vencedor do Tour de France a conquistar também a exigente Paris-Roubaix desde 1981, quando Bernard Hinault conseguiu juntar a vitória nas duas prestigiadas provas, provando que os especialistas em grandes voltas também podem brilhar no empedrado.
Contudo, o ciclista esloveno viu esse objetivo ruir após uma queda a cerca de 38 quilómetros do final da prova. O acidente comprometeu a sua estreia nesta clássica, onde enfrentou um rival experiente e dominador no terreno irregular: Mathieu van der Poel. O neerlandês, conhecedor exímio dos setores de pavé, revelou-se um adversário de peso, obrigando Pogačar a um esforço suplementar depois da queda, onde perdeu cerca de 15 segundos.
🇸🇮🇳🇱 O momento em que Pogacar sai de estrada e deixa Mathieu van der Poel sozinho na frente😱
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🔜 Com cerca de 30 km até à meta, irá o campeão do mundo a tempo de recuperar❓ pic.twitter.com/ioQXNUt9yL
Já a 20 quilómetros da meta, Pogačar, da UAE Team Emirates, solicitou uma troca de bicicleta, o que aumentou ainda mais a desvantagem para Van der Poel, ficando a 46 segundos do corredor da Alpecin-Deceuninck.
Antes do início da prova, o esloveno mostrou-se prudente nas suas declarações, referindo não guardar boas recordações da Paris-Roubaix, onde apenas competiu enquanto júnior. “Eu podia falar o dia inteiro sobre as táticas possíveis e as situações que podem acontecer nesta corrida, ou até mesmo sobre o azar, qualquer coisa pode acontecer…É difícil traçar planos concretos sobre o que fazer. O importante é não desistir até a linha de chegada”, afirmou o ciclista de 26 anos.
Pogačar reconheceu ainda os riscos acrescidos desta clássica: “Todas as corridas são perigosas, mas aqui as hipóteses de partir a bicicleta ou cair são bem maiores. Há trechos em que se cai a alta velocidade. Mas vamos lá. Estamos aqui para vencer”
O enredo da corrida ganhou mais um capítulo emocionante a cerca de 15 quilómetros da chegada, quando também Van der Poel teve de trocar de bicicleta. Ainda assim, apesar de ceder momentaneamente entre 10 a 15 segundos para Pogacar, o neerlandês manteve o controlo da situação.
💥 CAÍDA DE TADEJ POGACAR
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El esloveno se va al suelo al pasarse en una curva en un tramo de pavé y Van der Poel se va en solitario hacia su tercera #ParisRoubaix seguida.
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Aos 30 anos, Van der Poel mostrou novamente porque é um dos nomes mais temidos nas clássicas e cruzou a meta após 5h31m28s de prova. Pogačar terminou em segundo, mais de um minuto depois, recebendo o aplauso do público ao entrar na derradeira volta no velódromo de Roubaix. Mads Pedersen fechou o pódio.
O jovem ciclista português António Morgado foi o único representante nacional a marcar presença na emblemática prova francesa. Na sua segunda participação nesta competição, Morgado alcançou um respeitável 24.º lugar, cruzando a meta a 5 minutos e 41 segundos do primeiro classificado. O corredor da UAE desempenhou um papel de apoio essencial ao seu líder de equipa, Tadej Pogacar. Em 2024, superou largamente a prestação do ano anterior, quando concluiu a corrida na 87.ª posição.
Com esta vitória, Van der Poel iguala feitos históricos, juntando-se a Octave Lapize (1909, 1910 e 1911) e Francesco Moser (1978, 1979 e 1980), os únicos até hoje a vencer a Paris-Roubaix em três edições consecutivas.
A Paris-Roubaix é uma das cinco grandes clássicas do ciclismo mundial, conhecidas como monumentos do desporto: Milão-Sanremo, Tour de Flandres, Paris-Roubaix, Liège-Bastogne-Liège e Giro de Lombardia.