Troca de emails aponta para pedido de isenção de IMI e levanta suspeitas de corrupção e abuso de poder
No relatório da Polícia Judiciária (PJ) datado de 13 de maio de 2022, mencionado pela CNN Portugal, foi concluído que existe uma “situação que poderá eventualmente configurar a prática de ilícitos penais, praticados por Luís Filipe Vieira, então Presidente do Sport Lisboa e Benfica, e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, agora Ministro das Finanças, Fernando Medina.”
De acordo com a CNN Portugal, Luís Filipe Vieira teria solicitado a Fernando Medina, na época presidente da Câmara Municipal de Lisboa, através de uma troca de emails, que ajudasse seu filho Tiago Vieira a obter isenção de IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) para uma propriedade.
No âmbito da operação “Tutti Frutti”, o ex-presidente do Benfica é mencionado em escutas, com a PJ tendo encontrado pelo menos cinco mensagens recebidas e oito mensagens enviadas por Medina, que atualmente ocupa o cargo de ministro das Finanças, relacionadas a essa situação.
O relatório da PJ, de 13 de maio de 2022, conclui, segundo a CNN Portugal, que essa é uma “situação que poderá eventualmente configurar a prática de ilícitos penais, praticados por Luís Filipe Vieira, então Presidente do Sport Lisboa e Benfica, e o Presidente da Câmara Municipal de Lisboa, ora Ministro das Finanças, Fernando Medina.”
A procuradora Andreia Marques, que lidera a investigação, suspeita de crimes de “corrupção e/ou abuso de poder”. O pedido de Luís Filipe Vieira estava relacionado à isenção de IMI para um imóvel comercializado pela empresa “Realitatis”, que seria destinado a ser sua residência principal e permanente.
Esse pedido estava acompanhado por um pedido de Tiago Vieira para desbloquear a situação. Na verdade, trata-se de um prédio com 10 apartamentos, a maioria vendida a estrangeiros. A PJ descobriu que a empresa proprietária do prédio localizado na Rua de Santa Catarina, em Lisboa, tem como administradores dois filhos de Luís Filipe Vieira, Sara e Tiago. Durante as buscas realizadas na residência de Vieira, a PJ encontrou um e-mail do filho agradecendo: “Obrigado Pai, sem ti não teria sido possível. Já está resolvido”.