A 3 jogos do final do campeonato, Rúben Amorim fala do campeão e do mercado na antevisão ao encontro com o Marítimo…
O treinador do Sporting, falou da preferência para ser campeão, dos rumores que têm indicado que Ugarte está mesmo de saída do clube e antecipou já um “Grande Reforço” para a próxima época e porquê…
É importante que a equipa esteja concentrada neste jogo e não olhar para os restantes encontros. Qual o nível de importância deste jogo e para retificar aquilo que foi feito na 1.ª volta com o Marítimo?
“O foco está em melhorar certas coisas, temos de aproveitar para fazer isso. Não será difícil melhorar relativamente ao primeiro jogo, não jogámos bem na Madeira, e foi explicado aos jogadores que vínhamos de uma paragem do Mundial em que houve uma quebra. Essa quebra foi um golpe duro de recuperar. Depois fomos à Luz e jogámos bem. Temos de melhorar nesses aspetos do jogo, ganhar, não sofrer golos… Acho que foi o Mateus Fernandes que fez o penálti na 1.ª volta… Temos de aproveitar este jogo para continuar a ver algumas coisas que estamos a trabalhar. É uma boa oportunidade para vencer e melhorar o nosso jogo”.
É diferente preparar um jogo deste tipo frente a equipas que estão em lugares mais abaixo?
“É olhar para a resposta que a equipa tem dado. Não parecemos uma equipa em fim de ciclo. Acho que os jogadores já meteram na cabeça que o futebol é mesmo assim e que tivemos uma época difícil. Temos de deixar de olhar para o passado e olhar para o futuro, fazendo uma boa exibição e respeitar aquilo que se está a passar no campeonato. Há uma luta entre o Paços e o Marítimo pela luta pelo playoff, e tal como demos o nosso máximo contra o Paços… Temos de tornar a competição mais verdadeira e é o que vamos fazer. Tivemos uma boa semana de trabalho e estamos preparados para o jogo”.
Se não olha para o passado, como perspetiva o futuro? Na sua cabeça, é simples começar já a estruturar a nova temporada?
“Para nós é muito claro. Vai ter interferência no que teremos ao nosso dispor em termos financeiros, mas isso é mais planeamento da direção. Temos claro que jogadores precisamos e quem poderá sair, essa avaliação já está mais ou menos feita. Temos de apostar muito na continuidade, na forma como a equipa joga e nas ligações entre os jogadores. Já temos um planeamento, quer com ou sem Liga dos Campeões. Não vai variar muito quer nas vendas quer nas entradas”.
Planeamento da nova temporada… Há dois anos, o Sporting foi campeão e fez a festa precisamente neste dia. Gostava que o Benfica se sagrasse já campeão para o dérbi ser diferente?
“Temos objetivos nossos que nada têm a ver com o Benfica ou com o FC Porto, com o Sp. Braga têm a ver porque estamos na luta. Penso que nos primeiros meses em que estivemos aqui, queria que o FC Porto não tivesse sido campeão para termos ido ao Dragão jogar contra uma equipa que estava para ser campeã, para eles depois sentirem essa dor e utilizarem isso no futuro. Essa ideia mantém-se, quero jogar contra o Benfica na máxima força. A minha observação de há três anos, em que queria preparar o futuro da melhor maneira… Volto a dizer o mesmo este ano. Quem for campeão será, não tenho preferência. Se não formos nós campeões, o resto não interessa. O foco está no Marítimo e depois logo pensaremos no Benfica”.
Há dois anos deu a maior alegria aos adeptos do Sporting. Vencer o Benfica seria a melhor alegria a dar aos adeptos neste momento? Estratégia de comunicação entre si e o presidente.
“Temos papéis diferentes. Eu aqui falo do que me compete, o presidente se calhar tem de falar de todas as envolventes do jogo, digamos assim. Eu não vejo nenhum conflito de comunicação, vejo uma pessoa que tem um papel diferente num grande clube e depois vejo o treinador, que tem como estratégia não falar de arbitragens. Em relação às alegrias, muito mal estaríamos nós se há dois anos festejássemos uma vitória no campeonato e agora festejássemos uma vitória contra o Benfica. Queremos ganhar títulos, não queremos ganhar jogos, mesmo se forem contra as melhores equipas em Portugal. Não posso pensar como os adeptos. Eu olho para o Sporting e olho para o Sporting de uma maneira, em que só festejamos se ganharmos os campeonatos. Essas vitórias não devemos festejar. Não sou ingénuo, sei o significado que tem para os adeptos, mas o nosso objetivo é festejar campeonatos”.
Futuro… Bellerín terá mais minutos neste fim de época? Há outros jogadores que possam ter mais minutos agora?
“Franco Israel? Decisão está tomada, foi dos jogadores que mais evoluiu no plantel. Onde poderá haver uma ou outra rotação não tem a ver com incertezas, tem a ver connosco, sabendo que se calhar há jogadores que fazem mais de uma posição. De acordo com as caraterísticas dos adversários e dos nossos jogadores, é aí que podem haver rotações. Bellerín? Tem tido pouco jogo e queremos vê-lo. Será titular novamente e gostei muito do jogo dele em Paços. Tudo o que vamos fazer aqui é para melhorar a equipa e não para avaliar os jogadores”.
Vender pesos pesados na janela de transferências? Concorda que segurar Ugarte pode ser parte do sucesso do Sporting?
“Sei das limitações do clube e aceito isso, sempre o disse. Na altura o Matheus Nunes foi completamente diferente. O jogador tinha uma opinião, o jogador outra, o presidente outra, o empresário outra e não tivemos tempo para fazer nada. A forma como o processo foi conduzido… Isso é que me deixou zangado na altura e demorou tempo a recuperar isso. A saída de jogadores será conversada por toda a gente. Aqui só há um Sporting. Isso já foi esclarecido. Não posso garantir que há jogadores que não vão sair, mas já provámos com o Porro que os mais importantes terão de sair pela cláusula. Champions? Isso depois tem de ser uma avaliação. Saída do Matheus… Já tínhamos vendido o Palhinha e o Bragança lesionou-se um tempo antes. Perdemos três jogadores assim de repente. Acontecer isto num balneário… Fica difícil recuperar. Não tem a ver com o ficar ou sair. A única coisa que disse foi que eu, como treinador, falhei os objetivos. O objetivo é ganhar títulos e depois temos de fazer a avaliação e isso fazemos em conjunto. Com o Matheus Nunes não fizemos em conjunto e foi isso que tirou alguma harmonia entre todos. Estaremos aqui para o que der e vier e temos noção que há coisas que podem não funcionar logo no começo. Ugarte? É um jogador muito importante. Foi construído e foi uma preparação para a saída do Palhinha. Agora vamos ver. O empresário já disse que poderá sair e talvez já tenha 60 milhões garantidos… Eu não sei. Continuidade do treinador não tem a ver com isso”.
Como está Bragança? Ainda conta com ele e vai dar-lhe minutos? Chermiti…
“Temos jogadores e rotinas para ver, pelo que poderá haver alterações. Em relação ao Dani, é uma boa notícia. Notei-o muito bem, sem esse medo. Teve recuperação um bocadinho mais lenta, mas acho que se nota a diferença quando depois se apresenta em treino. Vai ser muito importante na próxima época, agora não queremos arriscar. Tem muita capacidade para jogar entre linhas e com a bola no pé, talvez seja o nosso grande reforço para a próxima época”.