Bacary Cissé, assessor e conselheiro de Sadio Mané, acusa o Bayern Munique de ter tido atitudes discriminatórias e apresenta a sua perspetiva dos eventos que culminaram na transferência do extremo para o Al Nassr. Durante uma entrevista concedida ao programa “After Foot”, da RMC Sport, também discutiu o confronto entre Mané e Leroy Sané.
Sobre a saída de Mané do Bayern: “Não foi uma decisão desportiva [de vender Sádio]. O salário dele preocupava os dirigentes alemães. Não percebiam como é que um africano chegava à Alemanha e era o jogador mais bem pago, à frente de toda a gente, queriam ver-se livre dele. Eles nunca ligaram aos seus empresários. Nunca falaram com ele pessoalmente para o informar que não o queriam no clube. Enviaram o treinador Thomas Tuchel para lhe dizer que seria a última opção para o ataque. Mané não é a estrela que é hoje graças ao Bayern, mas sim devido ao que fez ao serviço do Liverpool. Estavam a pagar muito dinheiro a um africano e isso deixava-os incomodados.”
Sobre a agressão de Mané ao companheiro de equipa Leroy Sané, em abril: “O Sadio Mané nunca criou problemas por onde passou. Cerca de 30 minutos após a agressão, o Sané enviou uma mensagem ao Mané para se desculpar. Ele percebeu que tinha errado. O Mané aceitou o pedido de desculpas mas disse: ‘Espero que isto não aconteça outra vez, porque tenho muito orgulho naquilo que sou’. É por isso que vos digo que há ingratidão por parte do Bayern. O Sané negou as acusações e o Bayern decidiu sancionar o Mané com um jogo de suspensão. A cor da pele do Mané incomodava o Sané, mas também incomodava os dirigentes do Bayern Munique.“
Também não faltaram as críticas também a Thomas Tuchel: “O Tuchel desculpou-se, porque tinha prometido ao Mané que iria jogar. Mas isso não aconteceu, porque ele tinha outras indicações. A direção disse-lhe para não colocar o Mané a jogar. A direção disse ao Tuchel que a extremo esquerdo era o Gnabry que jogava, só depois é que poderia ser o Mané.”