O empresário César Boaventura é acusado de três crimes de corrupção ativa e um outro de forma tentada em benefício do Benfica.
Ao que tudo indica Boaventura terá tentado comprar três jogadores do Rio Ave e outro do Marítimo na época 2015/2016, oferecendo luvas de até 100 mil euros ou um contrato com salário de 300 mil euros anuais, para “facilitar” em jogos frente ao Benfica.
Segundo a acusação, Boaventura tentou corromper Marcelo Ferreira, Cássio Anjos e Lionn Barbosa Lucena, que eram atletas do Rio Ave, e ainda Romain Jules Salin do Marítimo.
O documento pormenoriza que César Boaventura encontrou-se com Lionn junto à loja da Staples, em Vila do Conde, tendo dito ao jogador do Rio Ave que o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, pagaria 80 mil euros para que visse um amarelo na primeira parte do jogo da 31ª jornada da I Liga de 2015/16. O pagamento seria feito depois do jogo em notas de 500 euros.
Perante a recusa de Lionn, César Boaventura terá então contactado o guarda-redes do Rio Ave, Cássio. A proposta era de 60 mil euros. O guarda-redes também recusou.
Após duas recusas, o empresário desportivo terá contactado Marcelo, a quem pediu que cometesse um penálti. Em troca, seria contratado por um conhecido clube estrangeiro. Marcelo recusou.
O processo repetiu-se mais tarde, mas desta feita César Boaventura contactou Salin, guarda-redes do Marítimo, adversário do Benfica na 33ª jornada de 2115/16. Em contrapartida, prometeu a Salin um salário de 300 mil euros anuais num clube estrangeiro. O atleta recusou.
Na altura destes jogos, o Benfica liderava a classificação, com mais dois pontos do que o Sporting.
O Ministério Público propõe o arresto de 480 mil euros, o arresto de 1 172 milhões de euros e a proibição de exercício da atividade de empresário desportivo num período de três anos.
Na acusação, embora explique que as tentativas de corrupção seriam para beneficio do Benfica, o Ministério Público decidiu arquivar as suspeitas contra a Benfica SAD, em primeiro porque Boaventura não é dirigente, e segundo porque não conseguiu provar que Boaventura tenha sido incumbido de “comprar” os atletas, a mando de alguém da estrutura encarnada….