A terceira etapa da 45.ª edição do rali Dakar de todo-o-terreno foi encurtada devido ao mau tempo e “ajudou” alguns pilotos…
“A degradação das condições meteorológicas tornou impossível à organização manter as condições de segurança dos competidores pelo que os pilotos foram parados em CP2 (km 335) e CP3 (km 377). Os tempos serão mantidos para aqueles que tenham cruzado a linha de meta e aos restantes será atribuído um tempo calculado em função da média cumprida na primeira parte da especial”, começou por explicar logo a organização em comunicado.
E a verdade é que as imagens mais abaixo comprovam que não foi um dia fácil… Mesmo para os pilotos, não foi fácil perceber a classificação no final, com voltas e reviravoltas. Por exemplo, nas motas, Sanders foi o mais rápido na tirada de hoje, encurtada ao quilómetro 335 dos 447 previstos, com o tempo de 4:24.15 horas, deixando Klein em segundo (apesar de inicialmente ter sido dado como terceiro), a 1.07 minutos, com o norte-americano Skyler Howes (Husqvarna) em terceiro, a 3.05 minutos.
Pela primeira vez, foram atribuídas bonificações aos pilotos que abriram a pista e Klein, que liderou o caminho durante a parte inicial, recebeu 5.52 minutos de bónus (o que ajudou e muito a manter a liderança das motas, com apenas 1.48 minutos de vantagem precisamente para Sanders).
Após a revisão das classificações, Joaquim Rodrigues Jr. (Hero) foi o melhor português, ao concluir a tirada na 10.ª posição, a 16.05 minutos do mais rápido. Rui Gonçalves (Sherco) foi 14.º, a 17.09, com António Maio (Yamaha) em 20.º, a 21.39.
O luso-germânico Sebastian Bühler (Hero), que na véspera fora segundo, hoje perdeu tempo e cortou a meta na 23.ª posição, com 29.42 minutos de atraso e já com uma penalização de quatro minutos por excesso de velocidade incluída. Mário Patrão (KTM) foi 42.º.
Destaque ainda para mais uma desistência, o norte-americano Ricky Brabec (Honda), vencedor da edição de 2020, desistiu após queda ao quilómetro 274. O piloto foi transportado ao hospital com queixas de dores no pescoço.
Nos automóveis, o dia teve mudança de líder, depois de o espanhol Carlos Sainz (Audi) ter sofrido problemas mecânicos na suspensão traseira esquerda do seu E-Tron elétrico durante a tirada, perdendo cerca de uma hora. Com este problema fechou o dia em 43.º, a 56.21 minutos do vencedor e desceu de primeiro para oitavo, a 33.11 minutos do novo comandante, Nasser Al-Attiyah.
O qatari tem, agora, 13.20 minutos de vantagem sobre o saudita Yazeed Al-Rajhi (Toyota), que é segundo, e 20.45 sobre o francês Stéphane Peterhansel (Audi), que subiu de oitavo a terceiro e voltou a entrar nas contas da vitória.
A vitória da etapa acabou atribuída ao francês Guerlain Chicherit (BRX), com 3.26 minutos de vantagem sobre o sul-africano Henk Lategan (Toyota) e 5.04 sobre o argentino Orlando Terranova (BRX).
Também o qatari Nasser Al-Attiyah (Toyota) sentiu problemas, mas perdeu 20.58 minutos para o vencedor. Já o francês Sébastien Loeb (BRX), que já tinha cedido 1:20 horas na véspera, teve problemas mecânicos no seu Hunter e teve de parar 20 minutos para reparações, acabando por perder 37.16 minutos.
Na categoria reservada aos veículos ligeiros, Hélder Rodrigues (Can-Am) subiu do 28.º lugar com que iniciou a especial até ao 10.º lugar que ocupava quando a prova foi interrompida.
Entre os T4 (veículos ligeiros derivados de série), a vitória foi provisoriamente atribuída ao brasileiro Cristiano Batista (Can-Am), que é navegado pelo português Fausto Mota. Pedro Bianchi Prata, que navega Bruno Conti de Oliveira (Can-Am) ficou em sétimo lugar.
Na geral, Bianchi Prata é sétimo, logo seguido de Fausto Mota.
Veja algumas das imagens que marcaram o dia:
Highway to Ha'il 🌧️🚚🚗#Dakar2023 pic.twitter.com/nKh37E43LJ
— DAKAR RALLY (@dakar) January 3, 2023