Dia marcado por mais uma desistência forçada e várias reviravoltas na anúncio do vencedor por parte da própria organização…
O dia ficou logo de início marcado, pela queda do motociclista português Joaquim Rodrigues Jr. (Hero), ao quilómetro 90 dos 425 previstos para a especial desta quarta-feira:
“Caí e parti a perna. Agora, no hospital, sinto-me muito melhor. Agradeço todo o apoio e espero regressar em breve”, atirou o piloto português, á estável no hospital, após a desistência nesta que foi a sua sétima participação na prova mais dura do mundo.
Junto ao piloto barcelense parou o chileno José Ignacio Cornejo (Honda) que se viu envolvido numa história com voltas e reviravoltas… Inicialmente a vitória nas motas foi atribuída ao espanhol Joan Barreda (Honda), ele que até corre há dois dias com um dedo de um pé fraturado depois de ter batido numa pedra logo na segunda etapa. No entanto, a organização viria a rever as classificações e a retirar 25.55 minutos ao tempo de Ignacio Cornejo (o tempo que esteve junto do acidentado piloto português), que recebia, assim, a vitóriacom cerca de 10 minutos de avanço para Barreda. O problema foi que a organização voltou a rever as classificações e, em vez dos 25.55 minutos retirados ao tempo de Cornejo, descontou apenas 7.35 minutos, o que voltou a entregar o triunfo da etapa a Barreda.
Barreda chegou assim aos 29 triunfos no Dakar, o chileno Pablo Quintanilla (Honda) ficou pelo segundo lugar do pódio com apenas 16 segundos de atraso e o norte-americano Skyler Howes (Husqvarna) fechou o pódio com mais 1.05 minutos.
Mário Patrão (KTM), que corre sem assistência, na categoria Malle, foi o melhor português, na 33.ª posição, a 55.48 minutos. Rui Gonçalves (Sherco) foi penalizado em 15 minutos por falhar um ponto de passagem obrigatório e foi 36.º, a 1:08.13 horas. António Maio (Yamaha) ficou sem gasolina e perdeu quase duas horas, terminando em 64.º.
Sebastian Bühler (Hero), colega de equipa de Joaquim Rodrigues Jr. ficou sem gasolina na primeira parte da especial, e afundou-se na classificação depois de ter feito um excelente resultado há dois dias.
Com estes resultados, Daniel Sanders manteve o comando das duas rodas, com 3.33 minutos de vantagem sobre Skyler Howes e 4.05 minutos sobre o argentino Kevin Benavides (KTM).
Rui Gonçalves é o melhor português, em 24.º lugar, com António Maio em 27.º, Bühler em 38.º e Mário Patrão em 40.º, segundo dos Malle.
Nos carros, houve polémica em dia que a Audi aproveitou para homenagear o norte-americano Ken Block, falecido na segunda-feira, vítima de um acidente com uma mota de neve nos Estados Unidos, como demos conta aqui.
A mesma marca viu-se envolvida numa das polémicas do dia, já que a Federação Internacional do Automóvel (FIA) permitiu aos Audi elétricos aumentarem a potência em 11 cavalos, numa medida que pretende equilibrar a luta pela vitória, denominada Equivalência de Tecnologia.
No que a corrida diz respeito Loeb venceu a etapa, com 13 segundos de vantagem do compatriota Stéphane Peterhansel (Audi) e1.50 minutos do espanhol Carlos Sainz (Audi), que foi terceiro.
Na geral, Nasser Al-Attiyah lidera nos automóveis, com 18.18 minutos de vantagem sobre o saudita Yazeed Al-Rajhi (Toyota) e 18.52 sobre Peterhansel. Carlos Sainz é quarto, a 32.55 minutos depois de recuperar algum do enorme atraso de ontem.
Ainda nas quatro rodas, mas na categoria T3, para veículos ligeiros (SSV) protótipos, o português João Ferreira (Yamaha), campeão nacional de todo-o-terreno, liderou parte da tirada, terminando na segunda posição, a 5.49 minutos do vencedor, o norte-americano Mitchell Guthrie (BFG). O belga Guillaume de Mevius (GRALLY Team) foi terceiro, a 6.14 minutos.
Ricardo Porém (Yamaha) foi 15.º, enquanto Hélder Rodrigues (Can-Am) voltou a ter problemas e foi apenas 40.º, somando 23:40 horas de penalização.
Nos T4, para SSV derivados de Série, David Megre, que navega para o espanhol Ricardo Suarez (Ramilo), foi o melhor português, na sétima posição. O brasileiro Bruno Conti (Can-Am), com o português Bianchi Prata como co-piloto, foi 22.º.