Antigo avançado dos Dragões levantou suspeitas sobre o clube …
Walter, avançado que esteve ligado ao FC Porto entre 2010 e 2019, tendo somado sucessivos empréstimos desde 2012, recordou a passagem pelo emblema azul e branco, onde diz ter sentido “o peso do que é estar à margem de tudo”.
Walter, ex-jogador do FC Porto, recordou os anos em que esteve ligado ao clube e confessa que sentiu o “peso” de estar à margem de tudo. Ele descreveu a sua experiência como “dececionante” e na verdade o jogador nunca se conseguiu impor nos azuis e brancos, evidenciando sempre problemas em controlar o peso, facto aliás que ainda o atormenta até aos dias de hoje, sendo mais vezes destacadas na imprensa imagens suas com evidente excesso de peso do que propriamente golos.
O avançado revelou que nunca foi considerado parte da equipa de topo, tendo passado a maior parte dos anos fora do clube em empréstimos. Além disso, sentiu-se desvalorizado e ignorado por parte dos treinadores e gestores, que nunca o trataram como um jogador importante. Para Walter, a sua experiência no FC Porto foi “uma ilustração da injustiça e da incerteza do futebol moderno”.
“Fiquei no Inter até 2010. Conquistei o Campeonato Gaúcho Sub-20 e o profissional, em 2009, até chegar o interesse do FC Porto, de Portugal. Ali, mais uma vez, senti o peso do que é estar à margem de tudo. Não entender as coisas direito”, afirmou, antes de explicar com detalhes graves:
“Fui vendido por um valor. Disseram-me outro. Menor. Tipo assim: prometeram-me um salário de 30 mil euros. Eu recebia 15 mil euros. Prometeram uma ‘luva’ de 500 mil reais. Não me pagaram até hoje. “Ah, Walter, por que não cobraste? Não questionaste?” Eu não sabia quanto valia o euro, ‘cara’. Falava: que moeda é essa? Que moeda é o dólar? Mas jogar no FC Porto, naquele momento, bastava. Dividir o campo com Hulk, Falcao… E isso bastou até ao nascimento da minha filha, Catarina Vitória, em 2010. Porque pela primeira vez comecei a pensar em mim. Com 23 anos. Quis voltar para o Brasil, não estava satisfeito em Portugal”, afirmou o jogador, antes de finalizar:
“Deixei o FC Porto e fui jogar no Cruzeiro, emprestado. Sofri com duas lesões, joguei pouco – e mal.Até que o meu telefone toca. Do outro lado da linha estava Enderson Moreira. “Vem para cá que vais jogar”. Era o técnico do Goiás, lugar onde a minha carreira mudaria. Artilheiro do Brasileirão, Bola de Prata, campeão da Série B, semifinalista da Copa do Brasil… Os holofotes estavam em mim. Pelo que fiz em campo.”