Villas-Boas está de mãos atadas quanto à composição do plantel
As acusações, comunicados, fofocas e mal-entendidos, estão a criar um enorme problema ao FC Porto, uma vez que todas as tensões em torno do comando técnico estão a adiar importantes decisões a serem tomadas na equipa profissional do FC Porto, especialmente no que diz respeito ao futuro treinador, uma questão crucial para o planeamento da nova temporada. Como é sabido, isto é fundamental para um clube que perdeu os últimos dois campeonatos e enfrenta desafios financeiros significativos.
Apesar de Sérgio Conceição ter contrato por mais quatro anos, já deixou claro que não pretende continuar, mas ainda não formalizou a rescisão, e esse processo pode ser mais complicado do que inicialmente se pensava, após os acontecimentos dos últimos dias. O atual treinador portista encontra-se no Algarve com a família para umas férias, e não é garantido que esteja de volta ao Porto amanhã para se reunir com Villas-Boas, como estava planeado. A revolta parece ser grande, especialmente em relação ao antigo adjunto da equipa técnica, conforme se depreende das publicações nas redes sociais da esposa Liliana e dos filhos Moisés e Rodrigo.
Vítor Bruno é um nome que está na mente do presidente portista para a sucessão, mas as negociações só poderão avançar depois de resolvida a saída de Conceição. Entretanto, falta apenas um mês para o início da pré-temporada, deixando o líder da SAD azul e branca de mãos atadas, sem poder tomar decisões quanto à composição do plantel (contratações e possíveis vendas), nem quanto ao planeamento do estágio e jogos de preparação.
A nova Direção do FC Porto sente que está dependente de Sérgio Conceição devido ao contrato assinado com Pinto da Costa a apenas dois dias das eleições. A lei laboral protege sempre o trabalhador e, nesse sentido, perante as cláusulas existentes no documento, o treinador é o único que pode rescindir unilateralmente sem custos, enquanto o clube, se o quiser fazer por sua iniciativa, terá de pagar uma indemnização. Tudo indica que ambas as partes desejam o mesmo desfecho, faltando apenas perceber quem tomará a iniciativa. Villas-Boas espera que seja o treinador, mas após a conversa que tiveram na quarta-feira, na casa do presidente portista, e o comunicado da SAD que coloca os adjuntos sob alçada disciplinar, a suposta paz foi quebrada e a paciência esgotou-se.