Mesmo com a demissão de Rubiales a polémica promete continuar na Seleção Espanhola e vai causar mossa…
A conquista do Mundial de Futebol Feminino por parte da Espanha trouxe tudo mesmo glória à seleção. Depois da polémica celebração de Rubiales e apesar da resistência do mesmo em demitir-se, obrigado ou não, Rubiales teve mesmo que deixar o cargo. O selecionador que levou as jogadoras ao sucesso foi igualmente afastado e foi apresentada Montse Tomé como a nova treinadora.
Apesar de todos estes afastamentos, a polémica esta novamente instalada e a Seleção pode não conseguir cumprir os compromissos nesta nova realidade.
Horas depois de a nova selecionadora anunciar uma lista de 23 nomes para os próximos jogos, as convocadas e internacionais da seleção campeã mundial reforçaram que não se vão apresentar, confirmando a greve que haviam anunciado e sublinham que o seu comunicado anterior “deixou isso claro e sem nenhuma opção para outra interpretação”.
No comunicado a que se referem, subscrito por 39 jogadoras, incluindo 21 das 23 campeãs do mundo, as mesmas pediram à RFEF a reestruturação completa do organigrama do futebol feminino. Pedem ainda a demissão do presidente da RFEF, que é interinamente Pedro Rocha, na sequência da saída de Rubiales, e a reestruturação das áreas de comunicação e marketing e a direção de integridade, considerando que as mudanças feitas desde o Mundial “não são suficientes”…
Para “ajudar” ainda mais a polémica, a nova selecionadora e a federação resolveram deixar de fora da convocatória Jenni Hermoso, a jogadora no centro da polémica, alegando que seria o melhor para ela e uma forma de a proteger…
Ora tal atitude não caiu nada bem em Jenni Hermoso que já reagiu arrasando por completo a federação…
“Proteger-me de quê? Ou de quem?”, escreveu a futebolista, numa longa nota publicada nas redes sociais, falando ainda de “manipulação”…
Veja aqui o comunicado na íntegra:
“Proteger-me de quê?
Passámos semanas, meses, à procura de uma proteção que não conseguimos encontrar no seio da própria Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF). As mesmas pessoas que nos pedem confiança são as que, hoje, lançam uma lista de jogadoras que pediram para NÃO serem convocadas.
As jogadoras têm bem claro que se trata de mais uma estratégia de divisão e manipulação para nos intimidar e ameaçar com repercussões legais e sanções económicas. Mais uma prova incontestável que demonstra que nada mudou até ao dia de hoje e que confirma a razão pela qual estamos a lutar e como o estamos a fazer.
Quero manifestar o meu total apoio às minhas colegas que, hoje, foram surpreendidas e obrigadas a reagir a mais uma situação lamentável provocada pelas pessoas que ainda continuam a tomar decisões dentro da Real Federação Espanhola de Futebol (RFEF).
Gostaria também de deixar uma coisa bem clara: hoje tentaram argumentar que o ambiente seria seguro para as minhas colegas quando, na mesma conferência de imprensa, foi anunciado que não me convocam para me proteger.
Proteger-me de quê? Ou de quem?”