Sérgio Conceição concordo, na conferencia de antevisão ao jogo de amanhã com o Atlético de Madrid, com Rúben Amorim e defende que “O futebol português tem de proteger as suas equipas”.
Foi logo no início da conferência que o míster dos Dragões falou sobre as palavras de Amorim e o empate dos Dragões nos Açores frente ao Santa Clara:
“Não é fácil esta preparação. É mais teórica, de quadro e de vídeo, do que de campo, mas eu não gosto muito disso. Chegámos ontem ao continente. Temos treino à tarde, que não dá para fazer nada de especial, devido às viagens, aos fusos horários e e às 60 e tal horas desde o jogo em Brugge para o do Santa Clara. Tem sido uma densidade competitiva muito grande. É bom um clube jogar de três em três dias, mas onde haja o mínimo de horas para recuperar. Estava a ver as declarações do Rúben Amorim e dou-lhe razão. Não é a 48 horas de um jogo que se adia e provocando o benefício dessas equipas que esperamos que passem, tanto o Sporting como o Braga, mas prejudicando o FC Porto na Liga, porque permitiria a essas duas equipas jogar numa outra altura e mais descansados. Tem de haver um planeamento no início. Não digo isto agora. Nos outros países, quem joga na Europa, se há essa possibilidade, não joga no campeonato. Chegámos a Portugal na quinta-feira às quatro ou cinco da manhã, no dia a seguir saímos para os Açores e jogámos às 14 horas nos Açores. O cansaço não é desculpa para tudo, porque temos de ter sempre a mesma determinação, mas há muito a fazer: da nossa parte e também de quem gere o futebol português, para que as equipas que jogam na Europa estejam mais protegidas.”
Questionado se iria fazer alterações a pensar já no próximo jogo do campeonato e tendo em conta que o FC Porto já está apurado para a próxima fase da Champions, o treinador dos Dragões foi claro:
“Não há mudanças para se ganhar o jogo seguinte. As mudanças são para este jogo. Não estou a pensar no jogo de Paços de Ferreira.”
Apenar disso o treinador vai ser obrigado a fazer alterações uma vez que tem David Carmo e Uribe castigados:
“Estamos limitados. Temos lesionados e castigados. Podíamos chamar os miúdos da Youth League, mas têm jogo com o Atlético de Madrid e precisam de lutar pelo primeiro lugar, também.”
Depois de nova questão mais relacionada com o facto de a equipa parecer mais motivada na Liga milionária do que no campeonato o treinador voltou a recordar Amorim:
“Aquilo que queremos é que os jogadores tenham motivação sempre no máximo. Todos os treinos são importantes para a evolução deles e da equipa. Não é fácil sair de um jogo de Liga dos Campeões decisivo e depois fazer uma viagem. Com o Santa Clara fiz apenas uma mudança obrigatória pelo castigo do Eustáquio, entrando o Bruno Costa na equipa, mas não fomos a equipa que esperava que fôssemos nos Açores. Preferi pegar no bom que fizemos nos últimos tempos [utilizar uma equipa idêntica]. Já fiz o contrário e não deu resultado. O Rúben [Amorim] fez algumas mudanças na equipa e perdeu pontos, enquanto nós não fizemos mudanças e perdemos pontos. Temos de encontrar um equilíbrio e eu espero ter essa varinha mágica para que os jogadores estejam tão motivados numa final da Liga dos Campeões como num jogo da Taça de Portugal contra uma equipa da III Divisão. É esse o meu trabalho, mas ainda não encontrei o antídoto para que os jogadores estejam sempre hiper motivados em todos os momentos quando entram neste clube. Os jogadores sabem que não facilito absolutamente nada. Acabo por sofrer dessa exigência. Uma ou outra reação acaba por aparecer. Em casa, contra os meus filhos, tenho a exigência máxima para ganhar. Temos sido sempre competitivos, mas não encontrei a solução ainda.”
E finalizou:
“Este é o próximo jogo. O Santa Clara já passou. Temos de apresentar o mínimo e a base: capacidade de trabalho, humildade, intensidade. Se não formos iguais a nós próprios, fica difícil. Depois da vitória do Sporting, fizemos uma má primeira parte em Vila do Conde. Falamos de sete pontos perdidos contra Rio Ave, Estoril e Santa Clara. Percebemos o que está errado. É uma luta que tenho. Queria ter a capacidade que o grupo estivesse sempre no máximo. Ainda não encontrei. Continuo a tentar e a procurar evoluir. Mas sempre fortes. Aquilo que disse contra o Benfica mantenho.”