O antigo internacional Português, Paulinho Santos fez algumas revelações curiosas…
Paulinho Santos concedeu uma entrevista ao Porto Canal onde no programa “Hora dos Craques”, apresentado por Maniche e Miguel Marques Monteiro, fez algumas revelações curiosas…
Muitos talvez não se recordem, mas Paulinho Santos fez parte do plantel às ordens de Mourinho que venceu a Taça Uefa em 2003… Foi no final dessa época que depois de 205 jogos e 7 golos que Paulinho Santos pendurou as chuteiras, o médio falou um pouco desse final de carreira:
“Ganhei a Taça UEFA, mas…ajudei, gostava de ter ganho de outra forma. Eles também notavam que eu já não era o Paulinho Santos. Apareceram-me vários problemas e este sangue novo [sorrindo para Maniche] passavam por mim pareciam balas. Tinham mérito para isso. Fui muito útil no ambiente, Mourinho queria que ficasse mais um ano mas eu disse-lhe ‘oh mister esqueça, já não sou eu, o Paulinho Santos que era’. A minha maneira de ser levou-me a isso. Fiquei contente ao ver o Maniche, o Deco, o Costinha a conseguirem e o FC Porto a ganhar. E eu estava com eles, nunca sentiram que eu era mau, fui sempre a mesma pessoa.”
Antes disso, no auge da sua carreira foi várias vezes notícia o interesse do Barcelona na sua contratação, o ex-jogador confirma e revela as razões da recusa:
“Na altura o presidente disse que precisava de mim. A confiança que tinha pelo presidente ainda a tenho hoje. São momentos do futebol. Fiquei com o mesmo espírito, ninguém me viu chateado por não ir para o Barcelona.”
As polémicas com João Vieira Pinto e uma imagem que o acompanhou toda a carreira:
“Não fiquei com o número dele (João Pinto), mas se estiver com ele, falo normalmente. Podem não acreditar, mas o que eu fazia dentro de campo, fora dele acabava, não levava nada de dentro do campo para fora. Queria era que o FC Porto ganhasse, se assim fosse, estava tudo bem. Na Seleção Nacional, cheguei a ficar no mesmo quarto do João Pinto.(…) Queria estar no campo, tanto me fazia se era o João Pinto ou não. Eu tinha um lema, pau que dá no Chico, dá no Francisco. Dentro do campo, não há amigos. Às vezes, o Maniche levava uma porrada e não o era o Maniche que ia atrás dele, éramos nós.”
Gestão, liderança de balneário e o facto de muitos jogadores passarem pelo FC Porto e ficarem a amar o clube:
“Às vezes, há jogadores que são bons e vão embora porque o grupo não os aceita. Eu tentava fazer com que isso não acontecesse. Cada um tem a sua maneira de ser. Se via que era bom jogador, tentava ajudar para entrar no grupo.”
Um desses casos nos últimos anos, foi Lucho González, com quem Paulinho revelou ter criado uma amizade especial:
“Tivemos e temos uma amizade boa. Vem jantar a minha casa quando vem a Portugal. Quando o encontrei na A, era eu adjunto, ele era líder por natureza. O balneário ouvia tudo. Se ele dissesse ‘hoje o treino tem de ser bom’, o treino era top. Se houvesse discussões, ele controlava. Ser jogador à FC Porto é saber lidar com essas situações. É saber que, quando é preciso estarmos todos juntos, é para estarmos todos juntos. Às vezes, nos piores momentos, quando parece que estamos a cair, não caímos. O FC Porto é isso. Quando eles pensam que estamos a cair, estão enganados, o FC Porto não cai. Não há como.”
Jogos especiais ao longo da carreira:
“Para mim era ir jogar à Luz e ganhar. Eu preferia jogar na Luz do que nas Antas. Dava-me mais gosto, levava mais gente, eram muitos benfiquistas, vinha de lá mais satisfeito. Ia lá jogar pela Seleção e eles assobiavam-me. Para mim, era um prazer, não tinha problema nenhum. Porreiro, só me dava mais força. Às vezes, quando íamos lá jogar, subia ao relvado só com o presidente e eles ‘aplaudiam-nos’.”