Nelo Vingada, treinador português, concedeu uma entrevista ao programa televisivo do ‘Al Arabiya’ para fazer uma espécie de lançamento à Taça Asiática.
O português começou por recordar o momento em que foi despedido do comando técnico da seleção saudita, logo após a conquista da Taça Asiática de 1996 e do apuramento para o Mundial de 1998, e tudo terá sido devido ao facto de não ter acatado as instruções do príncipe.
“Ninguém interfere no meu trabalho, e a isso aplica-se a substituição de Youssef Al-Thunayan no jogo dos quartos de final da Taça Asiática de 1996, contra a China”, começou por desabafar o técnico.
“A primeira parte terminou sem golos e Obeid Al-Dosari desperdiçou muitas oportunidades, então pedi aos meus adjuntos que o motivassem e o encorajassem para a segunda parte. Foi então que vieram ter comigo e entregaram-me um telemóvel e do outro lado estava o príncipe Sultan bin Fahd. Na altura, pediu-me que colocasse Sami Al-Jaber no início da segunda parte, um pedido que eu recusei pois não podia substituir um jogador que tinha acabado de motivar para dar o seu melhor”, justificou.
“Aos 15 minutos da segunda parte, Fahd Al-Muhallal, que tinha substituído Al-Dosari, marcou o único golo do jogo. Mas esses foram os meus últimos jogos com a seleção saudita. Depois fui chamado à federação saudita e anunciaram o meu despedimento. Fui despedido porque rejeitei as instruções do príncipe.”, confessou o treinador.
Na época seguinte, o treinador assumiu funções no Benfica, como treinador-adjunto do escocês Graeme Souness, antes de voltar a assumir o comando técnico do Marítimo, equipa que orientou entre 1998/99 e 2002/03.