Saiba o que disse Roger Schmidt sobre a pressão pós-mercado, “a grande surpresa” e os ajustes para os próximos jogos

Roger schmidt

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Roger Schmidt fez esta quarta-feira a antevisão ao jogo com o Vizela, partida a contar para os quartos de final da Taça de Portugal agendada para amanhã às 20H45.

O que acha do Vizela? O que espera do jogo? 

“Faltam oito equipas nesta competição e claro que, quando jogamos contra essas equipas, quer dizer que também já venceram outros jogos. A Taça é uma competição especial. Estamos a falar das últimas oito equipas, já demonstrámos que temos qualidade e a mentalidade certa. Estamos a levar isto muito a sério e amanhã esperamos um jogo difícil. O Vizela já demonstrou que é perfeitamente capaz de vencer em casa e, portanto, estamos preparados para um jogo de topo. O nosso objetivo principal é avançarmos para as meias-finais”.

Depois do jogo com o Gil Vicente, disse que decidiu descansar Kökçu. Como está a pensar construir o meio-campo? 

“Penso sempre na melhor abordagem para o próximo jogo, principalmente agora que temos um número elevado de jogos. Temos apenas três dias de descanso e temos que pensar em tudo. O João Mário e o Kökçu descansaram no último jogo também para darem oportunidade para outros encontrarem a melhor forma física. Precisamos de todo o plantel e amanhã vai ser exatamente igual. Agora estão muito mais frescos. Não vou mudar grande coisa porque o nosso futebol, neste momento, está num nível muito bom. Tivemos problemas com os laterais, mas no meio-campo sempre estivemos bem. Acho que o nosso meio-campo tem jogadores flexíveis. Como vamos executar isto tudo amanhã? Veremos. Estou feliz por termos opções e jogadores que estiveram lesionados e que já estão integrados. Agora, temos oportunidade de fazer ajustes para os próximos jogos”.

Benfica fez, neste mercado, o maior investimento de sempre. Sente maior pressão para conquistar títulos?

“A pressão está sempre presente no futebol, especialmente quando estamos num clube como o Benfica. Claro que temos quatro novos jogadores, e que também contratámos jogadores no verão, mas houve outros que decidiram abandonar. Isso faz parte do jogo, perdemos jogadores mas também contratámos outros. Isso faz parte da filosofia do Benfica, compensar o orçamento com vendas. Temos objetivos elevados e estamos aqui a falar em bons valores. Essa é a nossa tarefa principal, temos de ter o plantel forte. Quando falamos de Gonçalo Ramos, de Enzo… Vendemos muitos jogadores no último ano e meio e é algo que temos sempre de fazer. Temos que encontrar o equilíbrio. Isso faz parte da filosofia do clube e acho que temos feito as coisas de maneira inteligente. As transferências que realizámos são transferências para o futuro, e quando analisamos o valor individual dos jogadores e o valor do plantel, sabemos que há muito potencial para crescer e criar valor. Temos jogadores com elevadíssimo potencial e isso para um clube como o Benfica é muito bom. O equilíbrio que temos vindo a encontrar é muito bom, não tem nada a ver com pressão. Trata-se de profissionalismo”.

Benfica esteve mais intenso com Aursnes mais à frente. Isto pode fazer com que Morato continue para manter um certo equilíbrio ou Carreras pode meter ainda mais intensidade e pressionar ainda mais? 

“É verdade, sim. Precisamos de um equilíbrio na equipa. O nosso estilo de jogo é muito ativo, mas claro que também temos de pressionar alto. Este ano temos alguns jogadores diferentes e claro que temos de fazer ajustes mediante o tipo de jogadores que temos. Os nossos laterais são extremamente importantes para nós no último terço, temos criado muitas oportunidades utilizando os laterais. Não são extremos clássicos, temos jogadores numa posição mais clássica. Mas os laterais são extremamente importantes para situações em que o adversário tem a bola, principalmente quando queremos pressionar alto, para que controlem os espaços atrás dos jogadores ofensivos. Têm de ser também destemidos no ataque e precisamos que defendam bem. Não podemos só depender dos centrais. Temos jogadores que podem ocupar essas posições de maneira diferente. Morato, para mim, é uma grande surpresa. Está a sair-se muito bem como lateral. Parece mais um central pelo perfil, mas continua a ser um excelente jogador. Evoluiu de uma maneira excecional e estou muito feliz por ter encontrado essa solução para ele. Precisamos de Aursnes, mas a evolução do Morato foi muito importante. É um jogador com muita experiência nesta posição. Aursnes joga a médio e isso traz grandes vantagens para o Benfica, é muito bom com bola. Bah, em contrapartida, é um jogador físico, mais capaz de estar a defender, a recuperar a bola. Todos estão a fazer um bom trabalho e têm que desempenhar tarefas defensivas e ofensivas. Estou muito feliz por termos muitas opções para várias posições”.

Benfica e FC Porto jogaram, Sporting não. Se fosse consigo, como lidava com esta situação? 

“Era algo que aceitaria. É a única coisa que podemos fazer, não faz sentido pensar nisso. Foi uma coincidência que o jogo tenha sido adiado, podia perfeitamente ter acontecido connosco. Como treinador, não perco energia com coisas que não consigo mudar. Se tivesse acontecido connosco, claro que não teria ficado contente, mas sabia perfeitamente que íamos acabar por jogar noutra altura. As coisas acontecem e agora o Sporting vai ter de encontrar uma nova data num calendário difícil. Há muitos jogos pela frente, no final não será decisivo”.

O Benfica joga duas vezes no Minho em pouco tempo, contra Vizela e V. Guimarães. Vai fazer algumas alterações tendo em conta que há pouco tempo de recuperação? “Sim, mas é algo que fazemos sempre. É preciso fazer ajustes para que consigamos ter em conta as nossas abordagens para cada jogo. Quando jogamos na Liga Europa, também temos um calendário apertado. Agora, durante algum tempo, vamos ter este tipo de horários. Temos que levar isto de maneira profissional. Um dos principais objetivos trata-se de conseguir recuperar os jogadores, principalmente aqueles que fazem muitos jogos. Temos de perceber quem precisa de mais descanso, mas isso é algo que fazemos habitualmente”.

Vizela é último no campeonato e vem de resultados negativos. Tendo em conta que é um jogo de Taça, vai desconfiado para o jogo? 

Também estávamos muito confiantes na Taça da Liga, tivemos muitas oportunidades e não tem a ver com não levar a sério o adversário. A minha equipa leva todos os jogos muito a sério, principalmente durante a preparação. Trata-se da Taça de Portugal e é uma competição onde já investimos muito para chegar a esta fase, os jogadores do Vizela vão dar tudo e nós também. Estamos prontos para lutar e para chegarmos à próxima fase. Esperamos um jogo difícil mas queremos vencê-lo”.

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