Rúben Amorim, treinador do Sporting, fez esta sexta-feira a habitual antevisão ao jogo frente ao Estoril, a contar para a 33.ª jornada da I Liga, agendado para amanhã às 18h00.
Como viveu a noite do título? O que vamos ver desta equipa nos próximos dois jogos?
“Em relação ao dia da festa, acho que foi muito claro para toda a gente. Foi uma grande festa, toda a gente estava à espera do título, eu mais do que os jogadores e do staff porque eu fui o único que já fui vestido para ir para o autocarro, a minha crença era maior do que a do resto da malta. Passado dois dias já não sabe a nada, temos coisas para fazer e objetivos para atingir. Temos a Taça de Portugal e seguimos o nosso caminho, esquecendo um bocadinho a festa. Amanhã vamos tentar vencer, não sofrer golos. Acho que o recorde são 27 vitórias, podemos fazer 28 e bater a melhor pontuação. Se queremos vencer o próximo título, precisamos que toda a gente tenha ritmo e esteja preparada. Há muita coisa para ganhar. Foi um dia especial mas já passou”.
Momento em que deitou o microfone ao chão na festa do título. Esclarecimento sobre a última frase, onde disse que o Sporting podia ser bicampeão. É consigo ao comando? Vai ficar?
“Sim, nada mudou. Como vos disse, tenho contrato com o Sporting e não há novidade. Não disse que íamos ser bicampeões, disse que íamos ver. Todos os clubes querem ser bicampeões e nós temos esse objetivo. Em relação a esse discurso, também sou um homem que não costuma beber e já tinha bebido duas cervejas… (risos). A euforia, o momento, tudo levou àquilo. Que não haja dúvidas que queremos ser bicampeões”.
Há quase 60 anos que um treinador não era campeão duas vezes pelo Sporting. Quer ser o treinador mais marcante da história do Sporting? Alguma vez, enquanto jogava do outro lado da 2.ª Circular, sonhava viver isto?
“Nunca pensei estar no Marquês a ter um discurso como treinador do Sporting. Foi uma surpresa boa da vida. Já disse várias vezes que esta é a casa onde fui mais realizado profissionalmente e é para continuar. Obviamente que fazemos contar aos títulos. O importante é ajudar o Sporting a ser melhor, ser feliz a treinar e, talvez, ser a equipa com mais títulos no Sporting”.
Lesões de Franco Israel e Adán, Diogo Pinto vai estar na baliza nos próximos dois jogos? Isso deve-se também à situação contratual do Adán?
“Não fazemos essas contas, temos objetivos e o importante é vencer títulos. O Antonio ainda está lesionado e não pode jogar, o Franco foi operado e está fora o resto da época. Por enquanto, o Diogo Pinto vai ser o titular, mas confiamos em todos. Temos o objetivo de ajudar um rapaz que fez o crescimento todo aqui, vai-se estrear pela equipa principal. O contexto vai ajudar porque já fomos campeões, mas todos vão ajudá-lo e sabemos que ele está pronto para nos ajudar a não sofrermos golos”.
Pode garantir que vai continuar no Sporting na próxima temporada? Em relação à Liga Europa, como vê a Atalanta na final?
“Em relação à minha situação, sou treinador do Sporting e tenho contrato, vou seguir em frente com o resto. Atalanta? Custa-me ver. Não vejo, não quero ver nem saber porque acho que podíamos ter feito melhor. Percebemos onde falhámos, tivemos alguns azares também e fizemos alguma gestão para o campeonato, e o nosso objetivo passa também por aí, fazer cada vez menos essa gestão. Na Liga dos Campeões do próximo ano não o poderemos fazer dessa maneira, temos todos de crescer. Sabia que a Atalanta era forte, provou isso contra o Liverpool e vão estar duas grandes equipas na final, que eu certamente não vou ver”.
O facto do Estoril precisar de pontos poderá dificultar a tarefa do Sporting?
“Sabemos que o Estoril, primeiro joga bem, depois jogar fora de casa não é o mesmo do que em casa. Vamos fazer algumas alterações. Esta equipa que vai jogar é para vencer o jogo mas não será a mesma do que contra o Chaves. O próximo jogo é sempre o mais importante. Há uma gestão que será feita para na semana da Taça de Portugal toda a gente estar no máximo. Mas vão ver pelo onze que queremos vencer porque temos objetivos importantes: passar a melhor marca do Sporting, chegar a mais uma vitória que nunca aconteceu, continuar a não sofrer golos… Fomos campeões, mas toda a equipa técnica e jogadores sentem o peso de pensar já no próximo ano. Todas as boas sensações de sermos campeões já passaram. Agora é a Taça de Portugal e preparar já a próxima época”.
Quando foi campeão pela primeira vez, estreou outros jogadores para poderem ser campeões também. Amanhã poderá colocar jogadores com o Quenda, por exemplo? Antes de ir de férias, gostava de ter Debast e Ioannidis?
“Como sempre vos disse, a próxima época já está a ser tratada há algum tempo. Temos os nossos alvos mas nesse aspeto não controlamos tudo, claro que também vão querer os nossos jogadores. Queremos despachar as coisas porque não temos o dinheiro de outros clubes, temos de atacar mais rápido. Queria fechar já o plantel para poder ter férias. Poderá haver uma ou outra situação de um ou outro miúdo que cresceu aqui estrear-se, mas não será o Quenda. Acreditamos muito que o Quenda eventualmente será campeão no Sporting. Temos mais atenção aos miúdos que nos ajudaram muito nos treinos e se calhar não tiveram a visibilidade de outros e que, se calhar, também não estarão cá. O Menino vai ser convocado, o Quenda não. Ele terá tempo para isso”.
Os adeptos podem ficar descansados quanto à presença do Rúben no banco na próxima temporada? Seleção Nacional, que jogadores do Sporting mereciam?
“Mereciam muitos, mas também de outros clubes. O mais claro parece-me o Inácio, mas depois há muito por onde escolher. Não é que eu consiga condicionar algo, mas não quero ter opinião sobre isso. O treinador é o mesmo, tem contrato e continua tudo igual”.
Espera alcançar 100 golos no campeonato? Em relação ao seu futuro, tinha dito que dá sempre uma semana ao seu empresário no fim da época. Vai ter essa semana na mesma?
“O mesmo de sempre. Não controlamos o que acontece no futuro, mas estou muito focado no Sporting, no trabalho. Os erros que cometi no passado não irei cometer no futuro. Nem vocês sabem se vão continuar nos vossos postos de trabalho, se podem ter uma proposta… O meu foco é no Sporting e estamos a preparar a próxima época. Golos? Queremos marcar o máximo de golos, sabemos que é muito difícil [o recorde], contra equipas que estão a lutar pela vida. Queremos fazer mais e melhor, mas o número de vitórias e pontos acho importante num clube com a história do Sporting, tal como preparar o próximo troféu e a próxima época”.