Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, falou aos jornalistas, após a conquista da Taça de Portugal, onde abordou a questão do contrato com o FC Porto.
“Sou a mesma pessoa, com o mesmo brilho que tinha quando cheguei ao FC Porto. Sete anos maravilhosos no meio de muita dificuldade, este foi o ano mais difícil, com um grupo muito jovem. Todos os anos vamos perdendo alguma daquela qualidade, o que eu acho normal, se o planeamento pode ser feito de outra forma? Sim. Mas para um grupo que não faz parte dos top da Europa, é normal.”, começou por afirmar o treinador.
“Foi tudo fruto de muita dedicação e paixão. Queria ter ganho mais, mas fomos sempre muito competitivos. Trouxemos isso de volta ao clube. Vínhamos de quatro anos em que não tínhamos ganho nada. Não foi fácil. Uma palavra também para a minha equipa técnica, que tem muito valor. Agora, com muita tranquilidade, voltar ao Porto. Na minha cabeça está muito claro o que eu vou fazer. Na próxima semana saberão a minha decisão”, prosseguiu.
Tudo em si é cansaço?
“Quando se é apaixonado pelo que se faz, independentemente do cansaço e do desgaste, a paixão é capaz de superar. A minha família pagou muito daquilo que foi a minha ausência. Uma caminhada que não foi nada fácil. Ainda hoje, acabo por não fechar esta época junto da equipa como gosto de estar. Isto também cansa. Ouvir o nosso nome todos os dias, e não pelos melhores motivos, não é fácil. Para mim, que já tenho uma carapaça… agora para a minha família é mais difícil.”
Se houvesse uma eleição para treinador no FC Porto, entende que venceria?
“Importante é ver a forma como eu olho para os adeptos. Vejo sempre uns adeptos apaixonados, com uma exigência incrível por títulos. E eu cresci nessa exigência e paixão, com sentimentos muito marcados pelo que é o respeito, a exigência e a gratidão. Para muita gente não foi eticamente correto eu assinar a renovação a dois dias da eleição. O Ivo, na sua questão, está a dar a resposta. Se eu era o treinador dos três candidatos, por que não? Queria dar essa imagem para o povo. Era dar força para um dos candidatos. Mas para mim foi importante. Se um dia o presidente me deixar partilhar muito do que foi dito naquela hora e meia de conversa que eu tive com ele naquela sala, as pessoas metem a viola no saco como se costuma dizer porque acredito que quem tem esses valores de paixão e gratidão entende que não podia abandonar assim o barco. Nunca serei um entrave para o FC Porto. Nunca estive agarrado a nada nem nunca estarei. Sou de família muito humilde e com esses valores bem vincados.”