Sérgio Conceição, treinador do FC Porto, fez a habitual conferência de imprensa, que antecede o jogo com o V. Guimarães, a contar para a 1.ª mão das meias-finais da Taça de Portugal, agendado para quarta-feira às 20h15.
Após o polémico jogo do FC Porto-Estoril, que terminou por 0-1, o treinador remeteu-se ao silêncio, saiba o que disse o técnico quando questionado pelos jornalistas.
Quer dar-nos a sua perspetiva sobre o que aconteceu na Amoreira? Eleições…
“Não quero comentar isso, estou mais preocupado com o jogo de amanhã. Acredito que suscite alguma curiosidade, mas já falei sobre esse tema das eleições. Acho que o presidente foi bastante claro em tudo o que disse ontem na entrevista, até em relação ao jogo na Amoreira.”, começou por dizer o técnico.
“Foi um jogo onde, mais uma vez, houve coisas positivas e negativas dentro do jogo. Hoje falámos daquilo que a equipa não fez bem, e houve parecenças com o que fizemos em Arouca. Houve situações que tiveram a ver com a nossa ocupação do espaço, da paciência que precisávamos de ter. Precisávamos de encontrar forma de fazer golo ao adversário e complicou-se pelo que aconteceu e pelo que já foi falado por toda a gente, e pelas expulsões, que são a causa de algo, algo que é claro para toda a gente. Só quem não quer ver… Ainda hoje vi algo escrito por um ex-árbitro internacional espanhol a dizer que o Francisco fez falta sobre o Mangala. Talvez tenha sido a situação mais engraçada que tive em 40 anos de futebol. Quero perguntar ao Mangala se comprou aquele espaço, se ninguém pode lá entrar, e se há falta se alguém entrar. É uma coisa que sinceramente acho muitíssimo estranha. É um penálti claríssimo. O jogo do Estoril resume um bocadinho o que foi a época. Jogamos sempre contra algo mais do que 11 jogadores. Vou ter mais um processo mas é verdade. A equipa de arbitragem por vezes não é feliz e tem acontecido algumas vezes. Mas quando se trata de decisões eu entendo, também erro. Mas tenho de o fazer de forma a não cometer o mesmo erro, e o que se tem visto não são erros técnicos, é a provocação dos árbitros aos jogadores. Se me perguntar a reação no final, se foi bonita? Obviamente que não. No Bessa, o senhor Manuel Oliveira foi capaz de perguntar ao Eustáquio em que piscina andava a treinar. Dizer isto durante o jogo, em competição, onde os jogadores são sujeitos a pressão grande, onde toda a gente está envolvida… O que quer desse jogador? Que seja expulso? Não entendo. O senhor Hélder Malheiro – e meto os nomes -, no penúltimo jogo da Amoreira, passou pelo Francisco, e há imagens, deu-lhe um encontrão com o ombro e disse-lhe ‘estás feito comigo, vai-te f…’. Não sou eu que estou a dizer. Esses áudios existem. Tivemos uma formação aqui com pessoas da arbitragem que confirmaram esse áudio e têm esse áudio. Imaginem o que é um árbitro dizer a um jogador que está tramado. Isso está no áudio. Um miúdo de 20 anos. Se o Francisco devia ter feito aquilo no final e ter sido expulso? Acho que sim.”, prosseguiu.
“Vejo os meus jogadores atacados pela reação que têm e não vejo ninguém defender a causa dessa reação. Isto tem acontecido ao longo da época. Penáltis claros depois revertidos quando são mostradas parte das imagens… Entretanto já perdemos pontos. Ninguém vem falar disto. O treinador perde dois ou três jogos e vai embora, os árbitros fazem com que esses pontos sejam importantes e vão para a Arábia apitar e têm o prémio. Isto tem sido um acumular de situações. Se temos de melhorar como equipa? Eu lá dentro, hoje, naquilo que foi o meu trabalho, não foi tocado na arbitragem. A culpa foi da arbitragem? Não é isso. Olhamos para os nossos erros, queremos corrigir, melhorar e evoluir e tem de ser assim com todas as equipas. Vai haver agora um Sporting-Benfica. O jogo do Estoril era o que nos podia manter na corrida pelo título. É isso que acho estranho, com uma arbitragem muitíssimo fraca, de um árbitro que há dias atrás tinha apitado alguns jogadores do FC Porto num Espanha-Brasil. E um VAR que também é recorrente ter azar contra o FC Porto, o senhor Tiago Martins. É só culpa da arbitragem? Não. É culpa também nossa. Mas o jogo da Amoreira podia manter-nos na luta. Há momentos na época que são decisivos e nos quais temos tido azar. O ano passado com o Gil Vicente, este ano na Amoreira.”,concluiu.
Encontra algum motivo para os erros de arbitragem de que fala?
“Eu percebo onde quer chegar, mas eu não vou comentar as palavras do presidente. Não me ficaria bem porque sou um empregado do clube e não tenho de comentar as palavras do líder. E também não quero entrar por aí, acho que já falei o suficiente. Temos de falar da capacidade do V. Guimarães, da sua valia e competência. Vamos mais por aí. Continuar a falar de temas que já têm para encher durante as próximas semanas as primeiras páginas… Acho que basta”, afirmou.