Atletas portugueses e estrangeiros denunciam ameaças de apostadores, um sistema que gira à sua volta e do qual não beneficiam: “É injusto o mundo inteiro ganhar dinheiro à nossa custa e com o nosso nome e nós não temos direito sequer a uma pequena percentagem.”
Quando a bola bate pela primeira vez no court, traz invariavelmente más notícias para um dos lados. Tanto um tenista como o outro passam ali o mesmo tempo, competiram dando pancadas com violência ou manobras irresistíveis e muitas vezes incompreensíveis. Unidos pelos mesmos valores e pelo mesmo desporto, acabam o dia em mundos opostos. De há uns tempos para cá, começam a chover nos telefones mensagens cruéis de apostadores desiludidos. É a desumanização do desporto, um fenómeno que na verdade não afeta só o derrotado.
“Em alguns momentos exatos pode ferir um bocadinho mais, estamos aqui a dar o nosso melhor e depois recebemos mensagens daquelas… acho que ninguém gosta. Estamos a dar o litro. Depois de perder o jogo estamos chateados. O João alertou para esse lado que muita gente desconhece, mas que infelizmente é uma realidade no nosso desporto”, confessou Borges, o n.º 68 do ATP, revela que este é o lado negativo do ténis.
“Mas não é só isto”, diz ainda o tenista. “Também temos muitas mensagens de apoio, gostamos muito disso. Faz-nos querer mais, andar mais motivados, continuar a trabalhar para marcar o exemplo.”