Craque foi o porta-voz do grupo na antevisão do Portugal-Liechenstein e deixou alguns recados…
Diferenças de Fernando Santos para Roberto Martínez: “O que mais notei é a dinâmica, é tudo sempre a andar, não há muitas paragens, isso é bom. Os jogadores estão sempre ligados. É o que eu mais gosto, porque eu na minha vida também sou um pouco assim. Identifico-me com isso.”
Espera ganhar jogos com nota artística, o que nem sempre acontecia com Fernando Santos? “Isto não é de um dia para o outro. Não há varinha mágica, há que dar tempo ao novo selecionador e projeto. Há muitos jogadores jovens e se calhar vamos jogar num sistema diferente, não sabemos. É dar tempo e ter uma visão positiva. Eu estou confiante”.
Pode bater o recorde de internacionalizações frente ao Liechtenstein: “Vamos a eles, eu gosto de bater recordes e espero que amanhã seja esse dia”.
Saída conturbada do Manchester United e ida para a Arábia Saudita: “Às vezes é preciso passar por algumas coisas para ver quem está do meu lado. Numa fase díficil é que se vê quem está do teu lado. Não tenho problemas em dizer, tive uma má fase na carreira, mas não há tempo para arrependimentos. A vida segue e, fazendo bem ou não, fez parte do meu crescimento. Quando estamos no cimo da montanha, muitas vezes não conseguimos ver o que está em baixo. Agora estou mais preparado e essa aprendizagem foi importante, porque nunca tinha passado por isso, como nos últimos meses. Agora estou um homem melhor”.
Sensações do novo capítulo: “Aquilo que tem vindo a acontecer tem sido muito positivo, noto que os jogadores estão muito felizes, o ambiente está muito bom. É um capítulo diferente para todos nós, jogadores, staff, o próprio país, e as energias são boas, positivas e isso é o mais importante. Temos um ar fresco agora, com ideias diferentes, com mentalidades diferentes e isso é muito bom, nota-se muito. A nível pessoal estou muito feliz de regressar e de poder continuar a ajudar Portugal.”
Papel de Cristiano é diferente? “O meu papel nos últimos anos foi sempre o mesmo. Sempre virei à seleção quando achar que contam comigo. A minha motivação é intacta ano após ano, o que sinto é como se estivesse pela primeira vez, adoro jogar pela seleção. Estar aqui 20 anos ao mais alto nível não é fácil. Estou muito feliz. Se o selecionador, staff e presidente acharem que sou mais valia darei sempre o meu melhor, tentarei colocar as cores de Portugal no mais alto nível. Eu e os meus companheiros, como é óbvio. Como disse, estou muito feliz de regressar à seleção, isto é a minha casa e sinto-me muito bem aqui.”
Ambiente com Roberto Martínez: “Era bom também, mas agora tem uma lufada de ar fresco, não quer dizer que seja melhor ou pior. Há mudanças boas, há mudanças más. Esta tem sido uma mudança boa, se perguntar a todos os jogadores que vierem cá falar, vão dizer possivelmente a mesma coisa, sente-se que há uma energia diferente. Um detalhe. Todos os jogadores pensam que vão jogar amanhã a titular, todos estamos na expectativa. Antes, muitos de nós sabíamos. Agora não. Faz com que o nível do treino seja maior, o nível da atenção seja maior, o nível de compromisso seja maior. As mudanças são boas muitas das vezes e eu estou a sentir que a mudança vai ser muito positiva para os jogadores e para o país também”.
Vai estar no próximo Europeu e Mundial? “Passo a passo, hoje em dia não faço planos a longo prazo. Penso assim, a minha família também, por algumas situações que aconteceram na minha vida eu não consigo pensar a longo prazo, sempre a curto prazo.”
Gonçalo Ramos? Pode jogar lado a lado? “Gonçalo Ramos tem feito uma temporada extraordinária. Na seleção é sempre bom ter concorrência, senão o nível não cresce. Sempre tive, desde que cheguei com 18 aninhos, Pauleta, Nuno Gomes, Hugo Almeida. É bom, é uma mais-valia para todos nós. Eu vou tentar fazer o que sempre fiz: tentar ajudar Portugal a alcançar os seus objetivos, estarei sempre preparado e depois cabe ao míster decidir aquilo que ele achar melhor para a seleção. Jogar com um avançado ou dois. Temos de estar sempre preparados para o que seja pedido pelo selecionador. Eu, um ano mais, vou estar preparado.”