O arguido e criador do Football Leaks, Rui Pinto, esteve presente esta segunda-feira em tribunal onde se mostrou arrependido e com vergonha da tentativa de extorsão à Doyen.
Os emails enviados a Nélio Lucas por parte do criador da plataforma Football Leaks são um dos motivos principais da sua vergonha em que Rui Pinto comenta da seguinte forma ao coletivo de juizes: “Sinto-me envergonhado por esta situação. Custa-me imenso ler este tipo de e-mails. Hoje em dia não me reconheço nisto, foi uma trapalhada de todo o tamanho. Infelizmente, isto foi aproveitado pelos críticos para tentarem reduzir os méritos do Football Leaks”.
Rui Pinto seguiu: “Foi tudo uma infantilidade, nem imaginava que Nélio Lucas ia responder a isto. Isto começou como uma provocação. Foi feito à revelia dos outros participantes no projeto, que não sabiam de nada. Acabei por lhes contar no final do mês de novembro, fiquei logo envergonhado na altura e hoje ainda tenho mais vergonha. Não me sinto nada confortável a ler isto”.
O objetivo de Rui Pinto seria apenas de demonstrar a Nélio Lucas a que tipo de documentação tinha acedido no sentido de o pressionar, resumindo: “Nunca devia ter acontecido, mas a verdade é que aconteceu. Ele foi respondendo e as coisas foram escalando”
O valor sugerido de 500 mil euros para solucionar o tema da informação foi proposto ao calhas e apenas para ver até onde iria o CEO da Doyen, sublinhando ainda: “Na minha ingenuidade não fazia a mínima ideia que o FC Porto tinha este tipo de práticas e, como adepto portista, senti-me traído. O facto de ser adepto do FC Porto e ver-me confrontado com esta situação feriu-me. Nunca pensei que haveria um desvio de fundos a serem entregues ao filho do presidente [Alexandre Pinto da Costa]. Nem queria acreditar”.
Aos 33 anos, Rui Pinto vive em liberdade embora com domicílio não identificado e sobre um programa de proteção de testemunhas e proteção policial após ter negociado uma colaboração com a Polícia Judiciária.